Por uma identidade estética genuinamente brasileira. Conheça Naum Bandeira, um dos artistas selecionados pelo AEI

Durante sua residência na aldeia Xokó (Sergipe), Naum Bandeira introduziu o tema da pintura rupestre, da arte ancestral, através de imagens e de conteúdo teórico de sua pesquisa.

Confira a entrevista:

AEI: Como nasce um artista?
Naum Bandeira: Um artista nasce da necessidade existencial de se expressar, de se comunicar.

AEI: Por que arte digital?
Naum Bandeira: Na contemporaneidade é impossível não ser digital. Tudo hoje em dia é via digital. Seja uma simples ligação telefônica ou uma mera transferência financeira, tudo perpassa a via digital. Obiviamente, existem relações humanas que nunca poderão ser digital, como a relação sexual ou espiritual, por exemplo. Mas quase tudo hoje em dia tem que passar pelo meio digital.

AEI: Como você vê o impacto do digital na arte? E se você não é “nativo digital”, qual foi seu salto para chegar a isso?
Naum Bandeira: Na relação foma e conteúdo na arte, o digital faz parte da forma, não do conteúdo! O impacto digital na arte é irreverssível. Não tem mais volta. Não sou um nativo digital. Inclusive me considero integrante da última geração de artista analógico. Cheguei na arte eletrônica por uma imposição tecnológica. Quem não se digitaliza se marginaliza.

AEI: De onde vem sua inspiração para criar?
Naum Bandeira: Minha inspiração para criar vem da necessidade de trabalhar. Um compromisso de trabalho já é por si só uma forte inspiração para fazer arte.

AEI: Quais os desafios de criar em conjunto com outras pessoas?
Naum Bandeira: O desafio de criar em conjunto com outras pessoas é mais um estímulo para produzir arte, jamais um entrave, um obstáculo. O coletivo é sempre mais rico do que o individual.

AEI: Por que o interesse pelo AEI? O que espera dele?
Naum Bandeira: Meu interesse pelo AEI vem da identificação com tema indígena. Meu mote de criação é indígena também. Meu foco de criação artística e intelectual é o macro povo ameríndio, os primeiros habitantes das américas. O que espero do AEI já foi alcançado. Foi uma experiência maravilhosa que passei na residência artística na comunidade do povo Xokó. Espero agora que a exposição no MAM seja tão bela e rica quanto foi a residência. Visto que será o encontro de todos os artista e todas as comunidades indígenas que participaram do AEI.

AEI: Comente como foi viver este processo de residência na comunidade indígena e como essa experiência contribuiu para o seu desenvolvimento artístico. Como a sua arte dialogou com a arte indígena?
Naum Bandeira: Foi sensacional o diálogo da minha produção artística com a arte indígena. Falamos a mesma língua com mesmo sotaque. Minha produção artística é arte indígena. Meu trabalho é de resgate do legado estético ancestral ameríndio.

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